Poucos dias e teremos um momento importantíssimo do País que definirá os
rumos de nossa sociedade e cada um de nós somos responsáveis por isso. Na
condição de Pai Espiritual e Pastor desta Grei, como Bispo Diocesano de Jequié,
não poderia deixar de orientar os nossos fiéis.
Primeiramente acentuo a partir do título desta Nota Pública o termo
católico. Ele é mais adequado do que outros pressupostos mais abrangentes. A
nossa fé é vivida, experimentada e orientada a partir de nossa identidade.
Neste horizonte, a Igreja Católica possui uma Doutrina Social que está
compendiada e publicada em junho de 2004, com a finalidade de orientar tudo
quanto está em conformidade com o Evangelho de Cristo e o milenar Magistério da
Igreja.
Nesta sua Doutrina Social, a Igreja apresenta a sua “simpatia pela
democracia” (Centesimus annus, 46 – João Paulo II). Apesar disso, a Igreja
Católica não propõe modelos políticos, apesar de restringir e censurar o
marxismo (Ibid 42,43) e não possui partidos, nem candidatos. Não impõe nomes a
serem sufragados nem obriga a votar em determinados candidatos.
Entretanto,diz, sobretudo, em quem não votar. Há candidatos e partidos
que não podem receber o nosso apoio. São aqueles cuja conduta, ideias e
partidos não se comprometem com a justiça, segurança, combate à violência,
dignidade da pessoa, respeito pela vida humana desde a concepção até a morte
natural. Aqueles candidatos ou partidos, que são favoráveis ao aborto e à
eutanásia, as uniões que desvirtuam o papel da família segundo sua identidade
natural e a destroem. Ou aqueles outros que não respeitam a liberdade religiosa
e de consciência.
Outra orientação da Doutrina Social da Igreja é de que os Católicos não
se associem a partidos políticos corruptos e vote em candidatos envolvidos em
corrupção (411,447,450). Jamais se deve votar em candidatos comprovadamente
corruptos. “É muito difícil que um corrupto consiga voltar atrás”, dizia o Papa
Francisco aos Parlamentares italianos. A “Lei da Ficha Limpa” é uma conquista
da sociedade brasileira que contou com a iniciativa e a apoio da CNBB.
Faço coro, e
não poderia ser diferente, às palavras recentes do Papa Francisco na exortação
apostólica Evangelii Gaudium: “Rezo ao Senhor para que nos conceda mais
políticos que levem verdadeiramente a sério a sociedade, o povo, a vida dos
pobres” (205).
Aos 11 de setembro de 2014.
0 comentários:
Postar um comentário